Deixados – Série [Parte 5]
Noite escura, mata fechada, uma lua cheia no céu.
“As estrelas estão cada dia mais intensas um sinal estranho que o fim dos tempos chega, a cada dia mais sinto que algo esta errado nesse mundo, mas não sei o que é. Peço que tudo isso um dia acabe, não sei por que escrevo isso aqui ouvindo um piano de calda ao fundo, talvez eu seja responsável, talvez não, de que importa só espero que isso acabe, que isso acabe, bem.”
Correr é tudo que se podia pensar naquele momento, a cada passo que Gabriel dava ele ia em direção ao um novo destino, não sabia ao certo onde estaria indo, sua mente estava cansada, eram tantos acontecimentos, correr era tudo o que ele podia fazer, correr por sua vida. Quando já havia corrido por cerca de trinta minutos, suas pernas não respondiam mais aos seus estímulos, o cérebro dizia para fugir, mas o corpo pedia descanso, Gabriel para, senta em abaixo de uma arvore e chora.
Não estava mais agüentando aquilo, o medo entrará em seu coração novamente. Gabriel chora.
- Por quê? Por que tudo isso agora?
Gabriel esta inconformado com tudo.
- Porque Deus? – Gabriel se pega pensando em Deus.
Como um estalo ele imagina o porquê dissera aquilo, já que ele não acreditava em nada. No estado em que Gabriel estava ele tentaria qualquer coisa. Gabriel enxuga as lagrimas, o cenário é de mata fechada, arvores de aproximadamente dez metros de altura robustas, cercam Gabriel.
- Se existe alguém, algum. – Gabriel não queria admitir
- Deus se você existe fale comigo, me ajude, por favor.
Era como se Gabriel estive suplicando, em seu coração corriam lagrimas, lagrimas de sangue, mas ao mesmo tempo era como se algo ia confortando Gabriel, algo preenchia o espaço dentro de seu coração, lentamente Gabriel foi adormecendo, a sensação de conforto, segurança, era cada vez maior, e com o tempo Gabriel adormeceu.
Em seu sonho Gabriel viu um homem, sua aparência, era de um homem de aproximadamente trinta e cinco anos, seus cabelos castanhos vinham até os ombros, sua barba era grande, e seus olhos eram como olhos que cortavam a alma, olhos que transmitiam paz. Era possível ver as vestes desse homem, eram vestes brancas como a neve, esse homem estava sentado em uma colina, era como se estivesse em um lugar mais alto da onde Gabriel estava. Gabriel estava em um lugar rochoso, um lugar deserto sem vida, até aonde os olhos podiam ver era sem vida. O lugar que este homem estava sentado era uma colina linda, formosa aos olhos, era como se a vida estive como ele, e a cada minuto flores, plantas, arvores surgiam da essência que este homem emanava. Este homem levantou, olhou para Gabriel. Gabriel temeu, não este homem, mas sim a sua essência, este homem era como se fosse à pureza. O homem seguiu em direção de Gabriel, era maravilhoso, pois a cada passo dado até Gabriel era como se a vida chega-se, podiam se ver a grama nascendo, as flores brotando a cada passo. O cenário onde Gabriel estava se mudará a cada passo que aquele homem dava.
Passo, e mais passos, o homem estava cada vez mais perto, Gabriel se ajoelha, não sabe ao certo porque fizera aquilo, em sua mente ele pensava.
- Que sonho maluco era esse.
E o homem prontamente responde.
- Não é um sonho.
Gabriel não entende, como ele ouvira o que ele pensou.
- Ah, Gabriel – Disse o homem.
- Lembro-me quando eu formei você, sua aura era tão linda, eu tinha um destino especial para você.
A voz daquele homem era mansa, e linda, era como se uma orquestra tocava a cada palavra dita por ele, podia se sentir uma presença maravilhosa vinda daquele homem.
- Você foi uma das mais belas obras que eu criei Gabriel.
Gabriel se assusta com toda aquela historia, a sua cabeça estava ao ponto de explodir, como aquele homem podia falar aquelas coisas, ele as dizia com tanta convicção que até parecia verdade, alias era verdade.
- Gabriel, eu lembro quando você desceu a terra, sua mãe Amanda sonhou tanto com você. Ela o amava, amava muito. E eu também.
O homem para em frente a Gabriel, seu olhar era manso e ao mesmo tempo era poderoso. Este homem se abaixa, olha Gabriel nos olhos.
- Porque você se afastou de mim Gabriel? Se você tivesse seguido meus caminhos hoje estaria ao meu lado, celebrando as bodas comigo.
Gabriel toma coragem em seu coração e diz.
- Quem é você? – Era visível nos olhos de Gabriel o temor.
O homem sorri, toca o rosto de Gabriel.
- Eu sou o que sou! O inicio e fim, o alfa e o ômega.
Os olhos de Gabriel quase saltam de seu rosto, ele chora. Era como se todos os seus pecados pulsassem diante daquela presença maravilhosa, seu coração estava quebrado.
- Porque choras? – Perguntou o homem.
Gabriel não tinha nem mais forças para falar, a única coisa que saiu dos seus lábios foi.
- Perdão!
- Me perdoe, eu sei que errei Senhor, e sei que não mereço que o Senhor me perdoe, mas por misericórdia perdoe-me. – Estas foram às palavras de Gabriel.
O homem olhou Gabriel nos olhos, e o abraçou.
- Hoje houve salvação! Se andares nos meus caminhos e seguires as minhas palavras eu serei contigo, jovem Gabriel.
Era como se a paz entra-se no coração de Gabriel, ele deu um salto e agarrou aquele homem. A cada momento mais a paz tomava conta do coração de Gabriel. O homem se levantou.
- Tenho que ir.
Gabriel teve uma sensação de que não queria que ele fosse, sentiu a paz em seu coração e não queria perdê-la nunca mais.
- Por favor, fique comigo! Não me deixes sozinho, não agora, eu preciso do Senhor.
O homem olhou para ele, deu um sorriso, e disse.
- Eu sempre estarei contigo, e a partir de hoje não andaras mais sozinho, pois o meu Espírito estará em seu coração.
Naquele momento o homem foi andando, e andando, até que chegou uma hora que não se podia vê-lo mais, Gabriel estava feliz, em seu coração tivera um encontro, um encontro com Deus.
Amanhece, os pássaros cantam.
Gabriel desperta, nunca estivera daquela forma, os seus ferimentos sumiram não sentia dor e nem medo. Estava pronto para ir, quer seja lá aonde fosse. Gabriel da uma olhada a sua volta, olha para direita, o cenário é de mata fechada, olha a sua esquerda o mesmo cenário. Não sabia para onde ir.
Eis que de trás da arvore surge um homem de aparência alta, seus cabelos são loiros, cabelos grandes e lisos que vão até os seus ombros, seu rosto é quadrado o que acentua ainda mais seu queixo, sua pele é branca como a neve e no seu rosto não há barba. Seus olhos são de um tom de verde, quase como jade. Suas vestes são vestes brancas, como as do homem do seu sonho. Na cintura havia um cinto que levava consigo uma bainha acoplada. Dentro da bainha, havia uma espada, seu formato era longo e fino e sua cor dourada chamava a atenção. Das costas brotará duas asas, asas com penas brancas e brilhantes, se alguém olha-se ao longe poderia dizer que suas asas davam em torno de seis metros quando estavam abertas. E em seu peito havia uma armadura, era uma armadura dourada, com símbolos celestes que humano algum poderia decifrar.
Gabriel temeu, nunca havia visto aquilo, a sensação de medo entrou em seu coração novamente, mas agora pelo fato de ver um ser que nunca havia visto antes.
- Gabriel, não temas. – Disse o celeste
- Me chamo Haziel, eu sou um querubim, e o Eu Sou me enviou para lhe ajudar.
Continua…
Vinicius Mendes de Azevedo
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